O AC/DC lançou uma música natalina inusitada em seu álbum The Razors Edge, de 1990. Intitulada “Mistress for Christmas”, a faixa surpreendeu os fãs da banda por sua temática e tom humorístico, destoando do estilo usual de guitarras estridentes e vocais rasgados. A música foi inspirada nas manchetes da época sobre o empresário Donald Trump e sua vida pessoal, incluindo seus relacionamentos extraconjugais, como o caso com a modelo Marla Maples enquanto ainda era casado com Ivana Trump. A banda, especialmente Angus Young, se divertiu imaginando o que seria passar o Natal como um playboy mimado, criando uma sátira irônica e irreverente que mistura referências natalinas com rimas ousadas sobre festas, relações e excessos.
The Razors Edge foi lançado em setembro de 1990 e é considerado um dos álbuns mais importantes da discografia do AC/DC. A produção do álbum envolveu a colaboração do produtor Mike Fraser e do engenheiro de gravação, Dave Jerden. A banda estava em uma fase de retomada após o sucesso de álbuns anteriores e buscava manter sua estética sonora característica, com guitarras potentes e vocais ruidosos. “Mistress for Christmas” se encaixa nesse contexto, apresentando uma abordagem lúdica e espontânea, descrita por Angus Young como uma espécie de “brincadeira musical” ou “ol’ fool-around”. A música nunca foi pensada como uma crítica profunda ou uma obra séria de arte, mas sim como uma contribuição divertida para o álbum.
A reação dos fãs à música foi polarizada: alguns consideram “Mistress for Christmas” uma peça divertida no catálogo da banda, enquanto outros a veem como uma curiosidade que nunca fez parte das turnês ao vivo do AC/DC. Apesar disso, a música se tornou um dos destaques mais curiosos de The Razors Edge. O álbum como um todo recebeu críticas positivas e é lembrado por sua energia e por manter a essência do som do AC/DC. The Razors Edge vendeu milhões de cópias em todo o mundo e é considerado um marco importante na carreira da banda.
Em perspectiva, “Mistress for Christmas” é um exemplo de como o AC/DC, mesmo em momentos de grande sucesso, buscou explorar temas e estilos diferentes em sua discografia. Angus Young e os demais integrantes da banda demonstraram sua capacidade de criar músicas que, além de se manterem fiéis ao seu estilo, também conseguem surpreender e divertir seus fãs. Donald Trump, o empresário que inspirou a música, ainda não havia entrado na política na época e seu nome estava mais associado a negócios imobiliários e controvérsias pessoais do que à presidência dos EUA. Essa curiosidade musical permanece como uma anedota interessante na história do AC/DC.